O mês de junho no Nordeste é tempo de forró, fogueira acesa e mesa farta. E se existe um ingrediente que é o verdadeiro protagonista dessa época, ele se chama milho. Cozido, assado, em bolo, pamonha, canjica ou mungunzá, o milho se transforma em receitas que atravessam gerações e contam um pouco da história e da cultura de cada região do país.
Em Alagoas, por exemplo, o que no Sudeste se chama curau, por aqui é conhecido como canjica, um creme doce feito com milho verde ralado, leite de coco e açúcar. Já o nosso mungunzá, feito com milho de caroço cozido, é chamada de canjica branca em outras regiões do Brasil. As diferenças vão além dos nomes: há variações nos ingredientes, na textura e até na maneira de servir
Para quem vive dessa tradição, a temporada junina é sinônimo de trabalho dobrado e alegria garantida. É o caso do Leandro do Milho, ambulante conhecido no Conjunto Cleto Marques Luz, em Maceió, que já acumula mais de 30 mil seguidores nas redes sociais e virou referência na venda de comidas típicas.
“Trabalho com produto de milho há 15 anos. Nunca trabalhei com outro produto. Eu e minha esposa fazemos tudo juntos. Produzo cerca de 400 espigas por dia, graças a Deus e aos meus clientes que sempre divulgaram meu trabalho”, conta Leandro, que conquistou a casa própria graças ao carrinho de milho e aos produtos que aprendeu a fazer sozinho, na força da necessidade.