Claudia Leitte troca ‘Yemanjá’ por ‘Yeshua’ e Secretário de Cultura reforça importância da cultura negra para o Axé Music
Durante um show no último sábado (14), a cantora de axé Claudia Leitte trocou a letra de sua música “Caranguejo”, na parte que fala “Saudando a rainha Iemanjá” para “Eu canto meu Rei Yeshua” (Jesus em hebraico), o que gerou críticas do público que apontou racismo. O secretário de cultura e turismo de Salvador, Pedro Tourinho, publicou um texto sobre a importância do Axé Music, e da cultura negra para o movimento.
Secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho criticou artistas que retiram nomes de Orixás da letra de músicas, sob a justificativa de escolhas religiosas. Para ele, essa conduta está relacionada ao racismo. A declaração foi feita em uma postagem do secretário no Instagram, onde ele comemora os 40 anos do Axé-Music.
O secretário iniciou a postagem explicando que a palavra Axé tem origem yorubá e “um valor insubstituível na cultura e nos cultos de matriz africana”, assim como os toques de percussão que sustentam, dão identidade ao ritmo. E, mesmo com essa origem, o papel da cultura negra no Axé-Music nunca foi de protagonismo, “com negros na composição e na “cozinha”.
“Quando um artista se diz parte desse movimento, saúda o povo negro e sua cultura, reverencia sua percussão e musicalidade, faz sucesso e ganha muito dinheiro com isso, mas, de repente, escolhe reescrever a história e retirar o nome de Orixás das músicas, não se engane: o nome disso é racismo, e é o surreal e explícito reforço do que houve de errado naquele tempo”, escreveu o secretário.
Ele ainda apontou que as homenagens aos 40 anos do Axé Music devem ser feitas com justiça, “trazendo os tambores para frente, os compositores para o alto” e remunerando de forma equivalente os profissionais de todas as cores e levando informação sobre o ritmo.
Mais tarde, o Secretário editou a publicação afirmando não ser um ataque pessoal a nenhum artista e sim um comentário sobre o todo: “Essa questão que levantei é muito mais sobre o todo do que sobre a parte, e maior e mais endêmica do que qualquer caso isolado. Sei que perde-se controle, mas a intenção não é alimentar hate contra ninguém, e sim puxar a discussão como um todo sobre a necessidade de saber o que é axé e reconhecer toda a história. Fechei comentários porque a discussão estava indo na direção errada.” escreveu na sua rede social.
Fonte: com informações do Metro1 e NoticiaPreta