O ex-prefeito de Mata de São João, João Gualberto, foi um dos entrevistados do Programa É do Povo, desta quinta-feira (11). Durante sua primeira aparição em um veículo de comunicação após a vitória do prefeito Bira (UB), o experiente político fez uma análise da votação dos vereadores eleitos no domingo, dia 6 de outubro.
Gualberto, que além de ter sido chefe do Executivo matense, também foi deputado federal, pontuou que a construção das composições de chapa foi feita levando em conta os votos que cada candidato já detinha, com base no histórico de eleições anteriores e nas previsões matemáticas para o pleito de 2024.
Convicto da quantidade de vereadores que seriam eleitos da base governista, João Gualberto destacou que a vitória de Bira, com 58,26% dos votos válidos, é uma realidade calculada e medida.
Sobre a composição da oposição em Mata de São João, o político fez uma análise da possibilidade ventilada nos bastidores da política de um novo partido ser fundado na cidade. No entanto, a criação de uma aliança com o PT, segundo João Gualberto, teria o objetivo de cargos e colocações dentro da estrutura da gestão municipal.
“Essas pessoas são espertas; elas fazem um partido pensando que vão se eleger para negociar cargos”, comentou João, que também refletiu sobre o insucesso das composições da esquerda e afirmou de maneira incisiva: “Só se elege quem tem voto.”
Solidário aos candidatos da base que não lograram êxito nas eleições de 2024, João Gualberto afirmou que ligou para cada um deles e os parabenizou pela coragem de participar e acreditar na continuidade do projeto iniciado por ele em 2005. Ele disse que gostaria muito de ver alguns postulantes ocupando as cadeiras do legislativo, mas ressaltou que a política é um jogo em que alguns ganham e outros não.
“A gente fica feliz com aquele que ganha e se entristece juntamente com aquele que perde”, disse Gualberto, refletindo sobre o apoio dado a cada candidato e candidata após a eleição.
Ainda sobre a derrota do Partido dos Trabalhadores nas principais cidades da Região Metropolitana de Salvador, João Gualberto comentou que esses resultados já eram esperados em cidades como Lauro de Freitas, em razão da desastrosa gestão de Moema Gramacho. Ele afirmou que, na capital, Geraldo Junior (MDB) não conseguiu superar nem o candidato do PSOL, Cleber Rosa, e, mesmo sendo vice-governador, acabou provando que o governador do estado não conseguiu fazer candidatos e nem reeleger os petistas nas cidades ao redor de Salvador.
“Gerônimo e Lula não têm compromisso com Mata e com lugar nenhum. Em Lauro de Freitas, a população viu o que o PT fez: nada”, comentou João sobre a falta de investimentos do governo do estado e do governo federal nas cidades da RMS.
Sobre o futuro do candidato do Partido dos Trabalhadores em Mata de São João, o empresário e político comentou que acredita na possibilidade de uma candidatura para deputado estadual, mas que essa derrota nas urnas mostrou que a população sabe o que quer.
Prevendo um cenário futuro nas eleições na Bahia e no Brasil em 2026, segundo João Gualberto, os petistas saíram derrotados nas urnas pela falta de um projeto de governo. Em Mata, isso é ainda mais evidente, já que, mesmo afirmando ter o apoio de Lula e Jerônimo, o candidato não conseguiu a pavimentação da BA-505, que está sendo feita com recursos municipais.
“A população não acredita mais. Ele ainda é uma pessoa da política e deveria, nesses quatro anos, lutar pela estrada. Se ele fizesse isso, poderia estar credenciado a ganhar uma eleição. As pessoas não têm o que mostrar e ficam por aí dizendo que têm apoio.”
As eleições em Mata de São João transcorreram de maneira ordeira, onde as disputas entre candidatos e apoiadores ficaram restritas ao campo das ideias e discussões sobre política. No dia 6 de outubro, os matenses foram às urnas, mostraram sua vontade soberana, elegeram os 13 vereadores, sendo a maioria da base do governo, e o prefeito Bira da Barraca, com 19.777 votos válidos, um motivo para comemorar, como afirmou João Gualberto.
“Eu não conheço o sabor da derrota”, finalizou João Gualberto, fazendo referência aos sete mandatos concedidos pelo povo matense na sede, no litoral e na zona rural da cidade de Mata de São João.