A espera acabou – o novo técnico da Seleção Brasileira, Carlo Ancelotti, chegou ao Brasil e já foi devidamente apresentado no novo desafio da carreira do italiano que agora assume o comando de uma seleção pela primeira vez. Depois de 32 títulos como treinador, 17 nacionais e 15 internacionais, Ancelotti deixa o Real Madrid para chegar ao Brasil, encerrando o período de 45 dias que a Canarinha passou sem um treinador.
A grande apresentação de Ancelotti aconteceu nesta segunda-feira, 26, em um hotel na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O técnico, que já entende português, se sentou ao lado do presidente da CBF e começou a acompanhar a exibição de um vídeo mostrando os muitos brasileiros que Carlo já treinou na carreira, com a narração do próprio afirmando que “os brasileiros têm algo especial”.
Primeiras palavras de Ancelotti
A apresentação começou com um discurso do presidente da CBF, reforçando a intenção de dar total autonomia a Ancelotti para tomar as decisões necessárias dentro da Seleção Brasileira, e uma fala do diretor de seleções Rodrigo Caetano. Então, foi o momento de passar a palavra para o próprio, que discursou em italiano agradecendo a recepção dos brasileiros e reafirmando o sonho do hexa.
“Primeiras impressões são muito bonitas. É uma honra, um grande orgulho comandar a seleção, que é a melhor do mundo. Eu tenho um grande trabalho para fazer com que Brasil volte a ser campeão, vamos juntos. Precisamos de todos vocês. Eu fui recebido aqui com muito carinho”, agradeceu.
“É a minha primeira vez, e estou muito contente. Eu estou muito animado e acho que vamos fazer um trabalho. Agradeço à CBF por me trazer aqui e ao Real Madrid por me dar essa oportunidade. O desafio é muito grande. Eu sempre digo que tenho uma conexão com este especial. O recebimento é muito especial. Tentarei realizar um trabalho com o nível máximo”, completou.
Em suas falas, Ancelotti relembrou os 34 jogadores brasileiros que já treinou em sua carreira, comentando a proximidade que sente com o país: “Minha conexão com o Brasil começou muito cedo, nos anos 1980, com Cerezo, Falcão e depois, com os anos, eu treinei 34 jogadores brasileiros. Mencionar todos eles, eu posso fazer, porque eu tenho boa memória, mas eu acho que é uma falta de respeito com o possível esquecimento”.
“Mas os melhores, Ronaldo, Rivaldo, Kaká, Marcelo, Douglas Costa, Cafu, Dida, Emerson. Eu não posso esquecer Endrick, Rodrigo, Militão. Essa conexão começou muito cedo na minha carreira. Pela primeira vez eu venho ao Rio. É algo difícil, porque eu estive em todas as cidades do mundo, faltava o Rio e finalmente eu cheguei ao Rio. Eu quero aproveitar desta cidade”, afirmou.
Passagem de bastão
Ao final da fala de Ancelotti, Luiz Felipe Scolari, o Felipão, foi chamado ao palco para cumprimentar o novo técnico e entregar a ele uma jaqueta de treinador da Seleção Brasileira. Em seu discurso, o ex-treinador e jogador do Brasil deu as boas-vindas a Carlo.
“Dizer ao Carlo que é um prazer, é uma alegria, uma satisfação, uma felicidade estar contigo. E que desejamos o melhor possível. Seja a pessoa que sempre foi e vai conseguir no Brasil tudo aquilo que conseguiu na sua vida. Tudo de bom! E o melhor para o nosso Brasil!”, desejou.
Foi a vez, então, de apresentar a comissão técnica que acompanhará Ancelotti no Brasil. “É um trabalho de equipe. Os que trabalham em torno do time e dos jogadores. O mais importante é que consigamos criar um ambiente familiar, de respeito. A palavra respeito é muito importante, de onde podemos tirar a nossa melhor versão”, disse.
“É um desafio muito grande, mas eu acho que o aspecto familiar é um componente muito importante. Ter o objetivo de ganhar o Mundial não é somente o objetivo somente de 23 jogadores, é um objetivo e a motivação de um país inteiro. O Brasil tem um amor incondicional pela sua seleção. Esse é outro aspecto muito importante, que pode ajudar muito na preparação. O desafio que teremos no próximo verão”, afirmou.
Após mais um discurso do presidente da CBF e a entrega de uma nova camisa ao treinador, veio o momento tão aguardado: a primeira convocação de Ancelotti no comando da Seleção Brasileira, escolhendo os jogadores que enfrentarão Equador e Paraguai pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 em 5 e 10 de junho, respectivamente.
A chegada de Ancelotti
Ancelotti chegou ao Brasil na noite do último domingo, 25, já com boné da Seleção Brasileira e uma multidão à espera. Assim que pisou em solo brasileiro, o italiano parou para conhecer e cumprimentar um grupo do Movimento Verde e Amarelo que cantava “Carlinhos vem aí e o bicho vai pegar”, antes de seguir com a equipe da CBF.
O técnico foi recebido por Samir Xaud, novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), aparecendo em imagens com uma camisa personalizada de número 10 com o nome do treinador. Após o encontro, o dirigente afirmou que Carlo terá total autonomia para desenvolver seu trabalho na Seleção, sem interferências da CBF.
“Já tive o primeiro contato com ele. Vai ter total autonomia para decidir o que for melhor para a Seleção Brasileira. Vamos blindar ele de qualquer situação externa que possa vir a ter. Eles precisam de autonomia para realizar o trabalho com excelência”, garantiu.